Beco sem saída.

TEXTO FEITO EM 2006. UM DOS MEUS PRIMEIROS.

Eu já não sei mais o que fazer e como agir,
Tudo a minha volta é tão mais perfeito que meus feitos.
Talvez eu seja mesmo, um ser unicelular, singular, sem amor.
Incapaz de fazer feliz um ser pluricelular, cheio de amor.
Perdi o senso do correto, pequei, fugi, menti, me arrependi.
Agora , procurando o senso perdido, me encontro num beco sem saída;
Onde minha única e melhor saída, é não ter uma saída.
Vendo-me nesta situação, viro a própria saída;
Ponho em risco minha única célula viva, um microscópico coração.
Amando um beco pluricelular, magoado por sua saída unicelular e carente de luz.
O que será do beco sem a saída, o que será da saída sem seu beco apaixonado?!
Entrelaçando-se formam um ser mais que pluricelular, infláveis;
Onde seus feitos são mais perfeitos que os defeitos desfeitos.
Talvez , por me encontrar desesperada e sem meu amor;
Tenha enfim percebido que sou,
O amor de um beco cansado de ser enganado por sua única saída.
E quando o beco mais pensava que ia se salvar da escuridão,
A saída mostrava que era mais deficiente de luz que seu grande amor.
Mesmo o querendo pra si eternamente, não o alimentava.
Pois aconteça o que acontecer, a saída nunca vai deixar de ser;
Um ser unicelular incapaz de amar!