29/09/2009

Faces da liberdade

Eu sempre demonstrei com transparência que sou adepta da liberdade. E que, sobretudo, não nasci para viver enjaulada. E mesmo que por força das circunstâncias prendam meu corpo a cadeados e correntes, minha alma sempre percorrerá pelo mundo buscando conhecimentos. Atrás das sensações mais doces, como a do vento no cabelo e no corpo inteiro. A areia fina espetando a sua pele conforme o ritmo da corrente de ar que a leva com facilidade. Não ter hora para voltar, não ter a quem dizer onde você está. Cantar alto, errado e desafinado. Conviver alguns minutos com meu interior, somente, para que antes de olhar o próximo, eu saiba dizer quem sou.

A única coisa que sei de mim agora, é o que ponho no papel. Minhas vontades mais explosivas e meus desejos mais livres são alimentados pelos meus sonhos mais escondidos. Não há como explicar ou vivenciar. Somente crio, modifico e dou formas ao inimaginável. Porque não há nada mais prazeroso no universo do que arder, queimar e enlouquecer com a novidade de não necessitar mais de gaiola. Voar! Conhecer o mundo em um segundo, se sentir parte da natureza de Deus e não da podridão chamada Humanidade. Sentir que é diferente, que tem algo a mais. Algo do qual ninguém além de você pode ser possuidor. Isto se chama essência. Alo que por um longo período da minha vida, ignorei.


Existem certos momentos em que me pergunto como agüentei tanto tempo trancafiada dentro de alguém que não era eu. Como pude criar dentes tão afiados? Como pude me desesperar diante de uma falsa liberdade? Me entreguei de corpo, alma e coração quando o caminho sem volta abriu os braços para mim. Porque acreditei, de verdade... Que todo aquele verde era grama, que todo aquele branco era o infinito, que todo o rosa era amor, que todo azul era céu. Porém, diante da descoberta das cores, objetos e seus efeitos: Percebi que me enganei na conclusão do “me libertar!” Hoje sim, faço um vôo tranqüilo, sem perturbações ou alucinações. Decidi que viajarei com segurança daqui para frente. E jamais, em momento algum, me entregarei de novo.

22/09/2009

Fim dos planos


Houve um momento em sua vida, em que a sensação de fracasso a tomou por inteira. Você havia derrapado, quebrado todas as regras morais. Pensou em cometer suicídio, sacrifícios, analisou todas as opções. Repensou o cortar de pulsos, tomar remédios, usar arma de fogo, jogar-se do vigésimo andar... E depois das complicações, desistiu de tirar a vida! Repensou então, desta vez, os sacrifícios: Pensou em somente estudar, ocupar seu tempo com músicas e malhar, nunca mais beijar um homem novamente! Fracassou. E mais uma vez, repensou.
Não havia mais opção, todos os seus planos se esvaíram em dor. E mesmo que repensasse três mil vezes no que fazer, não sairia desta situação. Pois a única coisa que te impossibilita de viver saudavelmente e da qual não deveria tencionar, era meu nome ou nossas lembranças. Mas insiste, resiste em não me apagar e eu te pergunto: Por quê? Por que é tão fácil para mim e impossível para você?