06/01/2010

Memórias e histórias

   Hoje percebi o quanto preciso pegar minha mochila e minha melhor amiga para viajar. Sem pressa sairemos de casa, com cabelos enrolados ou esticados, de maquiagem ou cara lavada... Vamos andar por aí com nossos cascos gigantes, perto de casa ou longe do mundo, onde só nós duas possamos estar. Contando histórias das quais já vivemos e prevendo situações pelas quais vamos passar. Andando de bicicleta, carona, correndo, ou quem sabe até voando... Não importa a maneira. Queremos mesmo é esquecer dos problemas, ver o tempo passar dando gargalhadas, deitar na grama com os pés apontados para o céu, trazer à lembrança as besteiras de criança, fumar cigarros de palha e nos sentir estrelas de cinema viúvas e falidas.

  Jogaremos todas as drogas, armas de fogo e todo o álcool ralo abaixo. Mostraremos para todos o quanto é possível ser careta, comprometido, antigo, sóbrio... E ainda assim, extremamente feliz, forte e vivo. Faremos um rap falando de nós, ganharemos o dinheiro da passagem de volta para casa, e em seguida, gastaremos para comprar o álcool que desperdiçamos em vão e comemoraremos eternamente a música composta...




Porque para nós não importa o tempo, o dinheiro, a composição... Não perdemos nada no caminho, não achamos nada no final. O que esperamos desde sempre é que nada se altere, embora saibamos que é impossível. Há um ano vivíamos esta viagem louca todos os dias, hoje nem ao menos conversamos. Mas sabe de uma coisa? Todas essas mudanças serviram para que eu descobrisse que existe apenas uma coisa que nunca muda: O AMOR!


“Garota das bochechas rosadas o que é que você esconde embaixo da sua blusa? Garota das sandálias de borracha onde está o seu juízo?”

05/01/2010

Não ter

Dedico este texto a uma grande amiga e sua história apaixonada.



Eu poderia passar o resto da minha vida esperando o seu sorriso ao amanhecer. Poderia também ocupar cada minuto das minhas noites descobrindo o seu gosto e apreciando seu corpo, seu rosto. Esperaria sem ansiedade o dia clarear, acordada, olhando a sua serenidade e imaginando os seus sonhos. O cobriria de carícias sempre que necessário, o apoiaria... Me reapaixonaria a cada segundo, o tornaria meu e da mesma forma, seria sua.

Eu seria feliz, se pudesse ouvir seu coração batendo forte ao encostar minha cabeça em seu peito... Me encantaria mais se eu pudesse sentir o seu calor nas madrugadas frias. Sentir suas mãos deslizando por meu cabelo, prendendo nos nós que foram feitos pelo travesseiro. Eu me estremeceria somente em sentir o seu cheiro, me arrepiaria ao sentir a tua boca, porém, o melhor momento seria somente ao sentir tudo de uma só vez... E poder sentir novamente no outro dia.

Mas a infelicidade vem à tona ao acordar, olhar para o lado e descobrir que não foi o teu corpo que me aqueceu durante a noite... Não foi a tua boca que mordi de leve, não foi tua voz que ouvi jurar dizendo me amar. Não foi o teu coração que se emocionou acelerando os batimentos ao sentir minha presença. Não foi você.

E por este motivo, eu posso dizer com certeza que não quero viver apenas sonhando contigo, não quero viver de mentiras. Não quero ser dividida e não quero dividir você. Não quero precisar me esconder, não quero me sentir suja ao dizer um “eu te amo”. Não quero me arriscar, não quero me sentir sozinha nos finais de semana. Eu não quero me apaixonar. Eu não quero nada mais que possa me fazer sofrer. Queria apenas conseguir te esquecer facilmente, não me entregar aos sentimentos, não querer os seus braços. Queria simplesmente não ter você.

Pois se for para escolher entre você ou ninguém mais, prefiro não me decidir.