18/06/2010

Mais uma vez

Jurei para mim mesma que jamais o procuraria, para não correr o risco de querer-te mais uma vez. E assim fiz, não o procurei. Tentei te esquecer usando como artifício toda dor e todo o vazio que sentia quando eu sofria pela sua ausência. Mas o destino fez questão de trazer você novamente para mim e, como no passado, estou aqui volúvel e com frio por não ter seu corpo a me aquecer. E agora, o que fazer?

As lágrimas, já descartei... Pois embora elas insistam em cair, não solucionarão a minha saudade e o meu desejo árduo de ter seus lábios nos meus. Nas promessas lutarei para não acreditar, porque por mais que sejam sinceras... Tenho medo de que no fim de tudo eu tenha que, mais uma noite, ir dormir sozinha. E as recordações? Ah, essas eu me esforçarei para esquecer! Pois a cada lembrança dos abraços, carinhos e seu beijo em minha testa... Sinto como se meu coração não estivesse mais dentro de mim. Meu pensamento voa, meu corpo estremece e, sem demora, percebo que continuo apaixonada e tudo que fiz para tentar te esquecer foi em vão.

Neste instante, creio que resta apenas me entregar de uma vez por todas e ter a certeza de que sofrer ao teu lado será, ao menos, mais reconfortante do que não sentir teu gosto jamais. Terei que me acostumar com a sua falta nos momentos em que eu gostaria de estar nos seus braços. Não poderei chamá-lo de “meu, somente meu”. Enlouquecerei a cada segundo que o imaginar no colo de sua verdadeira amada. Me perguntarei repetidamente se sou teu “tudo” ou se sou teu “nada”. E se realmente vale a pena estar em segundo plano para que, pelo menos, eu possa estar em algum lugar nos seus sonhos.

13/06/2010

Para sempre, você

Você é, e sempre será, tudo que há de mais sincero em mim. E mesmo que nosso amor nos tenha feito cometer loucuras, tenha dado voltas e me feito revirar a cabeça. Ainda assim, você é a única pureza que habita em meu coração.

Somente as recordações do que vivemos tem força capaz de estremecer o universo e virá-lo de cabeça para baixo. Nenhum beijo é doce o suficiente para me fazer ter vertigens. Não há sorriso mais belo, não existe um olhar mais profundo ou simplesmente um jeito de andar mais marcante... Só você é capaz de me fazer mover o mundo para entregá-lo em suas mãos.

Sei que não deveria... Mas sinto falta de percorrer as nuvens, estrelas e cometas como consequência do seu toque e de sua voz sedosa e única. De admirar seus cílios imensos e invejá-los de uma forma gostosa, de brincar com seus fios de cabelo, morder sua bochecha de forma infantil e desastrada. De tentar desvendar o mistério que é a mistura de cores que há em seus olhos, sentir o seu cheiro de criança arteira que insiste em brincar perto da fogueira. De passar meus dias em sua companhia, descobrindo seus medos e segredos.

Nunca pensei que ia desejar tanto esbravejar, xingar, impor minhas vontades e me atirar com toda força em cima de seus braços com ódio e ao mesmo tempo sede de perdão. Nem ao menos imaginei que os piores momentos que passei ao seu lado seriam melhores do que simplesmente não viver contigo, que as dificuldades e as lágrimas me fariam tanta falta... E que, um dia, eu contasse tanto com a possibilidade de te ter mais uma vez.

O que mais me deixa infeliz não são as recordações, e sim, saber que tudo ficará somente na saudade. E que nossas brincadeiras, sentimentos e sonhos ficarão trancafiados em nosso passado, apenas. Não por minha culpa, pois fiz tudo que pude e até mesmo o que não deveria... Lhe dei meu sangue, minha alma, o meu amor... Agora, por mais que eu queira, não vale a pena eu lhe entregar meu coração se fará dele um buraco sem fim, assim como o seu... Você precisa mais que simplesmente me “querer” em seus braços mais uma vez, necessita acordar e conseguir sair do inferno o qual ousa chamar de vida.

07/06/2010

Desapego

Este é o nosso fim. E o melhor para nós neste momento é aceitar sem olhar para trás e para os lados, pois lá, encontraremos apenas pessoas para nos julgar e recordações amigáveis que nos faça fraquejar. Devemos nos concentrar apenas no futuro, aonde quem escolhe o que enxergaremos, somos nós e mais ninguém. Sem lágrimas, sem revolta ou reprovação. Pois algo dentro de mim deixou de desejar a sua presença e, por este motivo, estou fazendo as minhas malas e seguindo meu caminho.
Não sinto mais o sabor do seu corpo nem o calor do mesmo ao avançar os sinais de mansinho. Seus lábios, seu toque e seu cheiro não abalam mais a minha razão. As suas palavras não são mais capazes de tirar meus pés do chão nem ao menos de chacoalhar meus pensamentos, desejos e sentimentos. O tempo precioso que antes gastávamos com sorrisos e brincadeiras, hoje, está ocioso e não há sequer força de vontade para fazer com que algo se modifique.
Cheguei a pensar que isto era apenas fantasia de minha parte e indaguei-me a possibilidade das coisas acontecerem com tanta rapidez, mas percebi que veloz foi o tempo que não me deixou enxergar o desapego. Tentei esconder e, a partir da primeira lágrima de saudade que insistiu em não cair, decidi declarar guerra ao meu coração. O enforquei, remexi, sufoquei tentando esconder que nada mais era como antes. Até que, finalmente, aos berros estou aqui, nua e impura com decisões nas mãos e um milhão de desculpas para contar. Como fazer para terminar?


“Todo dia, sete vezes a mesma velha cena. Parece que estamos presos pelo fracasso da mesma rotina. Preciso falar com você, agora, antes de irmos dormir. Mas será que você conseguirá dormir assim que eu lhe contar a minha dor?
O mundo desacelera, mas meu coração bate depressa agora. Eu sei que essa é a parte onde o fim começa! Eu não aguento mais. Pensei que fôssemos mais fortes. Tudo que fazemos é nos prolongar, escorregando por entre nossos dedos. Eu não quero tentar agora, dizer Adeus é tudo que restou. E achar um jeito de te dizer que eu odeio essa parte e que não aguento mais as nossas lágrimas
I hate this part - PCD